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Opinião 15/12/2020 14:23
Por: Redação

Por Erni Bender: As belezas do Rio Grande II

Um depoimento sobre as coisas que vi e vivi: São Miguel das Missões e Ametista do Sul

Na crônica anterior escrevi a respeito de algumas belezas do Rio Grande do Sul, que não são poucas, e hoje continuo. Terminei com Minas do Camaquã, soberbo, e começo agora falando de um lugar absurdamente lindo, que conta a história do nosso estado e do Brasil: as Ruínas de São Miguel. É impressionante a energia desse lugar onde moraram cerca de 5 mil índios. Fundada em 1687, quando o território ainda era de domínio espanhol, essa redução foi a mais notável dos Sete Povos, se tornando parte da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Era economicamente próspera e desenvolvida em expressões culturais e artísticas, onde se mesclavam elementos europeus e indígenas. Assim que atingiu seu apogeu, com a construção de sua belíssima igreja, entre 1735 e 1750, iniciou o declínio. Envolvida em disputas políticas e territoriais entre Portugal e Espanha, foi um dos centros da Guerra Guaranitica e acabou incendiada e despovoada em 1756. A história é fabulosa e todos as noites, de segunda a segunda, com chuva, temporal ou tempo bom, essa história é contada em uma encenação de luzes e vozes “in loco”. Imperdível! O lugar é cercado de magia e mistério, lindo de visitar e aprender sobre essa história, especialmente para quem tem filhos adolescentes que não sejam imbecis e querem aprender um pouco.

Outro lugar absolutamente lindo e imperdível de visitar são as minas de Ametista do Sul, distante 338 km de Candelária. Perdoe-me o trocadilho, o lugar é uma joia. A começar pela magnífica igreja revestida com pedras ametistas, fabulosa e linda demais. O porém é que tem que pagar ingresso para entrar e para tirar fotografias. Até mesmo a casa de Deus tem preço, mas é compreensível pelo grande fluxo de pessoas no local, que tem necessidade de manutenção e, sem dúvida, não se pode deixar de visitar. Ao lado da igreja está sendo construída uma torre de 60 metros de altura, com elevador, para que o visitante possa ter uma visão panorâmica da cidade e das imediações. A torre pertence à igreja e por conta da manutenção será cobrado ingresso para subir. Quando visitei, em 2019, a obra não estava pronta. Pesquisei e ainda não foi concluída.

Na frente dessa igreja, na praça, existe uma pirâmide esotérica, revestida de pedras ametistas até cerca de dois metros. Na sequência, ela é de vidro, linda, uns 15 metros, talvez um pouco mais. Um ponto obrigatório e gratuito para visitas. Existem várias minas de extração de minério na cidade. Vou destacar três que são de visita obrigatória. Uma das minas, ainda em atividade, oferece passeios pelas suas galerias bem iluminadas, com direito a uma aula sobre extração de ametista, incluindo a explosão de uma dinamite na mina, com você lá dentro. Claro que ficamos em local afastados. Comecei a filmar e perguntei ao guia se seria forte a explosão. Ele me disse que não.... quando detonou a dinamite, quase que meu celular foi parar no chão. Susto grande! A outra mina obrigatória de visitar é na realidade um museu. O proprietário resolveu parar a extração e transformou o local, com direito a uma vinícola e uma cervejaria dentro da mina. Ocorre que todas as minas têm a temperatura de 17 graus, independente do calor ou frio que esteja lá fora, o que é ideal e fantástico. Minha esposa Miriam provou a cerveja e adorou. A última mina cuja visita é obrigatória foi transformada em restaurante. Impressionante? Você não viu nada... Tudo é lindo: o chão, as mesas de ametista e vidro. Simplesmente fabuloso. Vale a pena a visitar, almoçar ou jantar. O local é único no mundo! Você pode inclusive comprar a mesa em que almoçou pela barbada de R$ 15 mil. Eu só não trouxe a nossa porque não caberia no carro (kkkkkk).

Têm várias outras atrações em Ametista. Não deixe de visitar o Museu do Bambu. Certamente você vai ficar impressionado com a quantidade de utensílios que são possíveis produzir com o bambu, inclusive uma gaita. Estou extenso? Semana que vem continuo...