Por: Odete Jochims
Prefeitura decreta corte severo de gastos
A
Prefeitura de Candelária publicou na quarta, 20, um decreto executivo cujo
objetivo é estabelecer um rigoroso corte de gastos para ajustar o orçamento do
exercício. Além de criar uma comissão de controle orçamentário, o decreto irá
buscar otimizar receitas para ajudar no equilíbrio do orçamento. O sinal de
alerta sobre as dificuldades orçamentárias e financeiras do município foi dado
em reunião convocada pela Secretaria Municipal da Fazenda e realizada no último
dia 13, na qual foi apresentado um cenário preocupante em relação ao
desequilíbrio orçamentário do atual exercício. A partir disso, o prefeito
Nestor Ellwanger (Rim) determinou medidas rigorosas de contenção de gastos até
o final do ano.
De
acordo com um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a
deterioração fiscal dos Municípios alcançou o pior cenário da história. A maior
parte dos municípios do país fecharam 2024 no vermelho. O descalabro das contas
públicas dos municípios está relacionado a diferentes fatores. Porém, o
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, chama especial atenção para os efeitos da
crescente transferência de responsabilidades dos governos federal e estaduais.
No caso dos municípios gaúchos, a situação se agravou ainda mais em razão dos
efeitos da enchente histórica de 2024.
Diversos
municípios de pequeno, médio e grande porte do país já adotaram, em 2025,
medidas de contingenciamento de gastos. Na região, o caso mais ilustrativo é do
município de Santa Cruz do Sul, que já em junho deste ano editou decreto de
contenção de despesas. A decisão foi motivada pelo fato de o município ter
ultrapassado o limite de 95% na relação entre despesas e receitas correntes nos
últimos 12 meses. Medidas semelhantes agora são adotadas pela Prefeitura de
Candelária.
A
respeito da crise, o prefeito Rim destacou que durante todos os anos de sua
gestão enfrentou dificuldades, especialmente com as sucessivas estiagens e com
as enchentes dos dois últimos anos. “Os problemas precisam ser enfrentados
através da busca de soluções”, salientou. Para tanto, disse ter nomeado uma
Comissão de Controle Orçamentário (CCO), formada pelos titulares das pastas da
Fazenda, Administração, Planejamento e Assistência Social, além da procuradora
geral do município. “Esta comissão é que terá a tarefa de estudar e implementar
as medidas para reduzir as despesas e otimizar receitas para equilibrar as
finanças públicas”, observou.
O
decreto apresenta uma série de considerações como justificativa, que incluem a
conjuntura econômica desfavorável para as finanças públicas e a necessidade de
manutenção dos serviços públicos considerados essenciais prestados pelo
município. A partir daí, foram relacionadas 18 medidas para reduzir os gastos
públicos. A lista inclui racionalização de horas extras, diárias e cursos dos
servidores; racionalização de despesas com convênios e termos de parceria;
reavaliação de obras e projetos, com continuidade apenas das já iniciadas e com
autorização legislativa; limitação de eventos aos previstos no calendário
oficial de eventos; racionalização do uso da frota de veículos em todos os
setores da administração municipal; unificação do estoque do almoxarifado
central; entre outras. A vigência do decreto se estende até o final do ano.