Por: Diego Foppa
Produtores de soja iniciam colheita aos poucos
Safra inicia com produtividade na faixa de quatro mil quilos por hectare
A colheita de soja começou na região. O volume de produtores ainda é tímido, mas alguns já alcançaram um nível de umidade abaixo dos 15%, ideal para evitar perdas na lavoura com o movimento do maquinário. As plantações precoces conseguiram se desenvolver melhor e deverão ter médias mais significativas do que os cultivares de ciclo mais longo, que foram castigados com o excesso de chuvas.
O produtor Elói Hintz, de 53 anos, deu início à colheita há cerca de 10 dias na localidade do Pinheiro, interior de Candelária. Segundo ele, 25% da área plantada já foi colhida neste período. Conforme Hintz, o início da produtividade tem sido animador com uma média de produção de 65 sacas por hectare. “A produção tem sido boa, mas a tendência é que ela baixe, pois as lavouras tardias sofreram mais com o excesso de chuvas e com a ferrugem”, afirma.
Conforme o engenheiro agrônomo do Escritório de Planejamento Agrícola e Consultoria de Candelária (Agrican), Adalton Siqueira, cerca de 10% de uma área estimada em 19,5 mil hectares em Candelária foi colhida. “A colheita tem avançado em áreas de ciclos mais curtos, plantados entre o fim de outubro e o início de novembro. Se não chover nos próximos dias, certamente irá avançar”, ressalta. Ainda de acordo com Siqueira, até o momento, a produção média tem sido considerada positiva. “O início é bom, pois a produção de quatro mil quilos por hectare é um número acima da média histórica do município. No entanto, essa produção pode reduzir, pois a soja plantada entre o final de novembro e o início de dezembro foi bastante prejudicada pelos efeitos do veranico e, principalmente, pela ferrugem asiática. É uma situação para alguns produtores e áreas”, enfatiza.
Apesar da produção inicial ser satisfatória até o momento, a queda na cotação da soja tem deixado os produtores em alerta de modo geral. “No início do plantio, o preço da saca estava na casa dos R$ 150,00. Agora, está em torno de R$ 120,00. É muita diferença”, lamenta o produtor. No entanto, na avaliação de Siqueira, não existe uma projeção que indique uma melhor valorização para o produto. Para o engenheiro, uma série de fatores contribuiu negativamente na cotação da soja. “Essa queda no preço é muito e função do mercado internacional ter diminuído a aquisição de soja, bem como um efeito pós-pandemia, onde se perdeu a noção do preço pago pelo grão e insumos, especialmente. De modo geral, o ‘apetite’ do mercado é o que mais influencia no preço”, comenta.