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27/04/2012 14:49
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Ao policial tira de cena principal suspeito de trfico em Candelria

Um intenso trabalho de investigao, que reuniu foras da Polcia Civil e da Brigada Militar de Candelria, resultou na deteno do traficante considerado "o mais ativo" de Candelria. Alexandre Leite Severo, o Chambola, foi preso na tera, 24, por volta das 16h, aps ser perseguido por duas viaturas da Brigada Militar. Alm do envolvimento com o trfico de drogas, Chambola o principal suspeito da polcia pelo assassinato de Jair Alves Ferreira, o Jara, morto a tiros no dia 10 de maro deste ano em um supermercado no bairro Marilene. Na ocasio, ele estava ao volante do Corolla prata que levou trs homens para matarem Jair, quando foi reconhecido por uma testemunha. Com base no depoimento dessa pessoa, cujo nome est sendo preservado pela polcia, o delegado Eron Marques de Lemos pediu ao juiz da Comarca a priso preventiva de Chambola. O decreto foi expedido na sexta, 20. Segundo Lemos, uma equipe pretendia seguir para Santa Cruz do Sul na quarta, pois o servio de Inteligncia da Brigada Militar de Candelria j havia indentificado a residncia onde Chambola estaria morando na cidade vizinha. Porm, com nova informao, a de que o traficante estaria circulando em um veculo por Candelria na tera, a ao policial foi adiantada em um dia. A PRISO - Na tera tarde, nova informao prestada por um informante ao servio de inteligncia da BM dava conta de que um automvel Vectra prata, com placas de So Miguel do Oeste, municpio de Santa Catarina, havia sido deixado por uma pessoa prximo sede da Associao dos Funcionrios Municipais de Candelria (Afucan), na rua Alberto Pasqualini. J na espreita, policiais militares observaram que, momentos depois, dois homens teriam entrado no carro estacionado e tomado a direo da rua Benjamin Constant. Via rdio, outra viatura foi acionada e, na rua Borges de Medeiros, uma guarnio tentou interceptar o Vectra, reconhecendo Chambola, que dirigia o veculo, e identificando tambm o outro ocupante. Segundo policiais que participaram da operao, to logo notou a aproximao da viatura, Chambola seguiu em alta velocidade em direo ao bairro Ewaldo Prass. Na ocorrncia registrada na Delegacia de Polcia de Candelria, os PMs informaram que, prximo ao posto de sade do bairro Ewaldo Prass, Chambola teria tentado se desfazer de uma sacola, que foi recolhida. Dentro, havia cerca de 250 gramas de drogas - entre crack e cocana com alto grau de pureza, acondicionadas em cinco trouxas grandes. A perseguio terminou apenas na ERS 400, quando Chambola abandonou o carro e tentou se esconder na casa dos pais, mas foi alcanado e preso pelos policiais. No porta-luvas do Vectra, foram encontrados R$ 8 mil em moeda corrente. O outro homem que o acompanhava, cujo nome mantido em sigilo para no interferir nas investigaes, conseguiu fugir. DEPOIMENTO - Faltavam poucos minutos para as 22h de tera quando o delegado Eron Marques de Lemos deixou a Delegacia de Polcia. At pouco antes, ele interrogou Alexandre Leite Severo, que esteve acompanhado de dois advogados. Ele negou a acusao de envolvimento no homicdio de Jair Alves Ferreira, disse que a droga encontrada pelos policiais no lhe pertencia e que o dinheiro era de sua irm, e que estaria em Candelria com o objetivo de entregar o dinheiro para seu cunhado. Depois de prestar depoimento, Chambola foi levado para o Presdio Estadual de Candelria. Quarta, por volta das 11h, o traficante foi escoltado por agentes penitencirios e levado para o Presdio Estadual de Santa Cruz do Sul. A remoo de Chambola para Santa Cruz se deve a dois principais fatores: primeiro, em razo de o Presdio de Candelria ser considerado de segurana mnima, e tambm para evitar tenses e conflitos entre a massa carcerria e o pessoal envolvido no trabalho penitencirio. Consrcio para executar rivais Com a sada de cena de Chambola, o delegado Eron Marques de Lemos acredita que os homicdios relacionados ao trfico tendem a sofrer uma reduo drstica. Ele baseia seu argumento na tese de que pelo menos quatro das sete mortes registradas neste ano ocorreram pelo enfrentamento entre traficantes na disputa de pontos de comercializao. A polcia tambm no tem dvida de que existe um consrcio entre criminosos de Candelria e de outros municpios com a finalidade de executar integrantes de faces rivais. No caso da morte de Jair Alves Ferreira, o delegado esclarece que, com base no depoimento de testemunha, Chambola teria contratado trs pistoleiros de fora do municpio para a execuo. "Foram trs homens, que chegaram de cara limpa e usando apenas bons, pois no havia temor de que fossem reconhecidos por algum", explicou. "Como precisavam de algum que conhecia as rotas de fuga, o prprio Chambola foi quem dirigiu o carro", continuou. "Ao deixar o vidro abaixado, ele foi reconhecido por uma testemunha, o que nos deu elementos suficientes para pedir sua priso preventiva", complementou. A polcia ainda investiga a morte de Juvenal de Lima, o Naldinho, de 40 anos, executado no dia 6 de fevereiro, e est procura de Juarez Rodrigues da Silva, o Juarezinho, de 22 anos, acusado do duplo homicdio que vitimou Jlio Rafael de Oliveira Paranhos, de 28 anos, e Ronildo da Silva, de 40 anos, no dia 22 de fevereiro deste ano. Os trs homicdios ocorreram no bairro Ewaldo Prass. DIMINUIO - A priso de Chambola pode tambm resultar na diminuio da oferta de drogas no municpio. Segundo Lemos, o traficante era o principal fornecedor de entorpecentes, como crack e cocana, que trazia de outras cidades para revender em Candelria. Segundo a lei antidrogas, a pena para Chambola pode ser de cinco a 15 anos de recluso. Neste crime, o juiz quem fixar a pena. Se for denunciado pelo Ministrio Pblico e enquadrado em crime de homicdio qualificado pela morte de Jara, Chambola poder ser submetido a julgamento popular, o que pode lhe render uma pena que varia entre 12 e 30 anos de recluso. O delegado relatou que falta ouvir algumas testemunhas e que no prazo de 10 dias o inqurito estar disposio da Justia.