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Geral 09/07/2025 18:53
Por: Arthur Mallmann

Candelária recebe visita de paleontólogos da China e da Unicamp

Comitiva internacional conheceu o acervo do Museu Municipal no domingo, 6, e avaliou possíveis áreas para pesquisa na região

  • Voltaire Dutra, Meng Wang e Roberto Greco (Foto: Arthur Lersch Mallmann)
  • Foto: Arthur Lersch Mallmann
  • Foto: Arthur Lersch Mallmann

Na noite de domingo, 6, Candelária recebeu uma visita especial: uma comitiva formada por paleontólogos esteve na cidade para conhecer o acervo do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, atualmente instalado de forma provisória no Parque de Eventos, e avaliar possíveis locais para realização de futuras pesquisas paleontológicas.

Entre os visitantes, estava o professor e geólogo chinês Meng Wang, da Academia de Ciências da China, que veio ao Brasil por meio de um programa de intercâmbio com duração de seis meses. Ele esteve acompanhado do professor Roberto Greco, italiano radicado no Brasil há 12 anos e docente da área de Geociências na Unicamp, e o paleontólogo Voltaire Dutra Paes Neto, pesquisador do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, mas que coopera há anos com o museu local.

A visita teve como objetivo estreitar laços com pesquisadores da região e analisar a possibilidade de retorno para a realização de escavações. “É possível encontrar fósseis da mesma era em outros lugares do mundo, mas os que estão em condições perfeitas estão aqui. Isso é história da Terra. Deveria ser colaborada por todos os cientistas do mundo”, reforçou Meng Wang.

Impressionado com o que viu, o geólogo defendeu a valorização local desse patrimônio. “Nós deveríamos manter os fósseis aqui. Fazer um bonito e importante museu para hospedar as pesquisas e os visitantes. Isso atrairia pessoas do mundo todo e beneficiaria não só a ciência, mas também a população local, com o turismo. Eu, por exemplo, percorri mais de 17 mil km para vir até aqui. E, assim como eu, com certeza há muitos outros interessados”.

Segundo ele, o solo e as rochas da região revelam pistas cruciais para compreender a história da vida na Terra. “Queremos contar a verdade. E, para isso, precisamos fazer pesquisas. Tudo isso aconteceu aqui. Essa é a importância dessa cidade: por causa do solo, do que está sob as rochas. É fundamental manter esse material aqui, e por isso é necessária a colaboração da comunidade e das autoridades locais”.

“Fiquei sabendo de Candelária através do trabalho do meu colega Felipe Pinheiro, da Unipampa. Quando Meng Wang manifestou o desejo de vir à região, entrei em contato com Felipe e organizamos essa visita. Agora queremos retornar com mais pesquisadores em novembro para fazer levantamentos de campo”, adiantou Roberto Greco.