Por: Arthur Mallmann
Candelária recebe visita de paleontólogos da China e da Unicamp
Comitiva internacional conheceu o acervo do Museu Municipal no domingo, 6, e avaliou possíveis áreas para pesquisa na região
Na noite de domingo, 6, Candelária recebeu uma visita
especial: uma comitiva formada por paleontólogos esteve na cidade para conhecer
o acervo do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, atualmente instalado de
forma provisória no Parque de Eventos, e avaliar possíveis locais para
realização de futuras pesquisas paleontológicas.
Entre os visitantes, estava o professor e geólogo chinês
Meng Wang, da Academia de Ciências da China, que veio ao Brasil por meio de um
programa de intercâmbio com duração de seis meses. Ele esteve acompanhado do
professor Roberto Greco, italiano radicado no Brasil há 12 anos e docente da
área de Geociências na Unicamp, e o paleontólogo Voltaire Dutra Paes Neto,
pesquisador do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, mas que coopera há anos com o
museu local.
A visita teve como objetivo estreitar laços com
pesquisadores da região e analisar a possibilidade de retorno para a realização
de escavações. “É possível encontrar fósseis da mesma era em outros lugares do
mundo, mas os que estão em condições perfeitas estão aqui. Isso é história da
Terra. Deveria ser colaborada por todos os cientistas do mundo”, reforçou Meng
Wang.
Impressionado com o que viu, o geólogo defendeu a valorização
local desse patrimônio. “Nós deveríamos manter os fósseis aqui. Fazer um bonito
e importante museu para hospedar as pesquisas e os visitantes. Isso atrairia
pessoas do mundo todo e beneficiaria não só a ciência, mas também a população
local, com o turismo. Eu, por exemplo, percorri mais de 17 mil km para vir até
aqui. E, assim como eu, com certeza há muitos outros interessados”.
Segundo ele, o solo e as rochas da região revelam pistas
cruciais para compreender a história da vida na Terra. “Queremos contar a
verdade. E, para isso, precisamos fazer pesquisas. Tudo isso aconteceu aqui.
Essa é a importância dessa cidade: por causa do solo, do que está sob as
rochas. É fundamental manter esse material aqui, e por isso é necessária a
colaboração da comunidade e das autoridades locais”.
“Fiquei sabendo de Candelária através do trabalho do meu
colega Felipe Pinheiro, da Unipampa. Quando Meng Wang manifestou o desejo de
vir à região, entrei em contato com Felipe e organizamos essa visita. Agora
queremos retornar com mais pesquisadores em novembro para fazer levantamentos
de campo”, adiantou Roberto Greco.