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25/08/2009 16:56
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Ong denuncia plantio de eucaliptos

Na manhã da última terça-feira, 10, Antônio Silveira da Luz, membro voluntário da ong “Alerta Verde”, esteve na redação da Folha com o propósito de alertar os produtores em relação às empresas de reflorestamento de pinos e eucaliptos. Segundo ele, tais firmas estariam tentando fazer parcerias com os agricultores na promessa de negócios produtivos. No entanto, conforme defendido por Silveira da Luz, esse cultivo acaba causando problemas sócio-econômicos e também ambientais. “As plantas consomem a água e a fertilidade do solo, expulsando os produtores de suas terras e reforçando o cinturão da miséria nas periferias das cidades”, explica.
De acordo com a Ong, trabalhos de conscientização em relação a este assunto estão sendo feitos em todo o Rio Grande do Sul e também em estados que tem problemas com essas culturas. A intenção é mostrar as conseqüências do plantio indiscriminado por empresas de celulose, o que acaba afetando os níveis de umidade da atmosfera e, conseqüentemente, provocando a estiagem. “Os venenos utilizados também são vilões e contaminam lençóis freáticos até 30 km de distância do ponto inicial. A supressão da vegetação nativa também se faz sentir, extinguindo a diversidade genética e prejudicando animais e plantas”, garante.
ALTERNATIVA – Silveira da Luz evidencia que uma planta de eucalipto em fase de crescimento consome dois mil litros de água por ano e que as terras que produzem a espécie por 14 anos perdem totalmente o seu valor. “O indicado para o reflorestamento é o Cinamomo, que devolve os nutrientes ao solo, cresce rápido e produz boa madeira”, sugere.

Malefícios comprovados
Conforme a “Alerta Verde”, na cidade de Encruzilhada do Sul há exemplos claros dos prejuízos do plantio industrial de eucaliptos. No momento, três processos tramitam no Ministério Público contra empresas que plantam árvores, inclusive, com depoimentos de pessoas envolvidas, que relatam esgotamento de mananciais e uso indiscriminado de venenos. Além disso, em Santa Catarina, na região do Rio Vermelho, há casos registrados de contaminação biológica do solo. “A Universidade Federal de Santa Catarina está tentando recuperar essas áreas através de pesquisas”, explica Silveira da Luz, que garante documentos e materiais que comprovam tudo o que afirma. Nos próximos dias ele estará em diversas entidades e escolas do município para falar sobre o assunto.