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Geral 15/07/2022 10:32
Por: Odete Jochims

Espírito de aventura: casal conhece o país sobre rodas

Nômades contemporâneos, Rodrigo e Ana moram em seu carro desde 2020, quando venderam suas posses para viver a vida na estrada

  • Juntos há quatro anos, Rodrigo e Ana percorrem o país em seu carro

A sociedade em que vivemos é muito exigente. Equilibrar o trabalho, as relações familiares, a vida social, os estudos, entre outras coisas, em alguns casos, pode ser uma tarefa adoecedora. Somando isso com a crescente instabilidade econômica mundial e as discussões sobre sustentabilidade, tem se tornando cada vez mais comum ver pessoas optando por estilos de vida alternativos.

Essa é a história do casal Rodrigo e Ana, viajantes que chegaram a Candelária na última quinta, 7, e contaram à Folha um pouco de sua trajetória. O casal, que está junto desde 2018, relata que cansou da vida nas grandes cidades, vendeu tudo que possuía em sua casa, no Espírito Santo, e decidiu viver em seu próprio ritmo. Agora viajam por todo o Brasil cultivando um espírito aventureiro.

Rodrigo conta que ele e a esposa sempre tiveram preocupação em desenvolver um estilo de vida mais sustentável. Os dois são veganos e sempre questionaram o modo de vida consumista que a sociedade atual impõe. Contudo, o que levou o casal a efetivamente viver suas convicções foi o contexto pandêmico.

No final de 2020 eles adquiriram uma Volkswagen Kombi e iniciaram seu trajeto pelo país. Já em 2022, por problemas mecânicos, optaram por vender a Kombi e compraram uma Volkswagen Parati. Há quase dois anos vivendo em seu carro, o casal afirma que não gosta de fazer planos, preferindo viver o momento. Eles param quando ficam cansados e, onde se sentem bem recebidos, passam algum tempo. “Nós nunca tínhamos pensado em viver dessa maneira”, complementa Rodrigo.

Quando questionados sobre como conseguem seu sustento, eles explicam que sobrevivem por meio de sua arte. O casal produz e comercializa seu artesanato, principalmente nas cidades do litoral, na temporada de verão. De acordo com eles, viver com pouco torna tudo mais simples, deixando-os conscientes de que quase nada está sob seu controle.

Sobre a próxima parada do casal, Rodrigo afirma que o destino final não é importante quando se aproveita o percurso. Contudo, relata que a fase “nômade” não é o objetivo final, para eles: conhecer novos lugares é só parte de sua trajetória. O casal pretende comprar um sítio quando encontrarem o lugar e o momento certo, mas não tem nenhuma pressa.

O modo de viver de Rodrigo a Ana certamente causa estranhamento. Entretanto, permite uma reflexão sobre como cada um pode contribuir para reduzir o consumismo exagerado, auxiliando na sustentabilidade do planeta.

Por: Charles Silva