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Geral 12/01/2023 19:22
Por: Arthur Lersch Mallmann

Tamanduá-mirim é visto percorrendo o Centro

O vigilante noturno Leandro Dornelles, 47 anos, testemunhou e gravou a cena, que viralizou nos aplicativos de mensagens e nas redes sociais

Era para ser uma noite comum de trabalho para o vigilante noturno Leandro Dornelles, de 47 anos. Contudo, na madrugada de terça, 10, por volta das 3h da manhã, ele avistou um animal diferente no cruzamento da Av. Marechal Deodoro com a Rua 15 de Novembro. “Eu pensei: ‘será que é um gambá?’. Mas era muito grande para ser um gambá. Quando cheguei perto, eu vi que se tratava de um tamanduá”, revela. Trata-se, no fim das contas, de um tamanduá-mirim. Incrédulo, o vigilante buscou o seu celular para gravar a cena, que repercutiu bastante nas redes sociais. No vídeo, Leandro acompanha o animal, protegendo-o de um de seus companheiros caninos, o ‘Feio’.

Segundo Dornelles, naquela noite ele acompanhou o animal até ele entrar na área do antigo Colégio Ulbra/Concórdia, onde o perdeu de vista. O Departamento de Meio Ambiente (DEMA) informou à reportagem que foi realizada uma varredura no referido local, mas o animal não foi localizado. De acordo com o biólogo do DEMA, Cristian Pacheco, é cada vez mais comum ver animais silvestres em espaços urbanos por causa do avanço de seres humanos sobre seu habitat natural. Entretanto, ainda não há uma explicação definitiva de por que o tamanduá-mirim estava no centro, há quilômetros de uma área de mata.

Entretanto, especialistas do DEMA levantam algumas hipóteses. É possível que, de fato, o tamanduá tenha percorrido um longo trecho, possivelmente por meio de dutos secos que atravessam a cidade. Há também a suspeita de que o animal teria fugido de um cativeiro. O DEMA ressalta que é proibida a tutela de animais silvestres sem autorização. Caso alguém encontre o tamanduá-mirim, pode entrar em contato com o DEMA no seguinte número: 3743-8100, ramal 347. O departamento acionará a Patrulha Ambiental da Brigada Militar de Cachoeira do Sul, que possui os meios para recolher o animal em segurança e devolvê-lo ao seu habitat natural.

SAIBA MAIS

Segundo o projeto Fritz Müller, da UFSC, o tamanduá-mirim pode ser encontrado em quase toda a América do Sul. A mancha negra em sua pelagem lhe confere o nome de tamanduá-de-colete em algumas regiões. Eles são mais ativos ao longo da noite; durante o dia, costumam procurar árvores ocas para descansar. Quando se sentem ameaçados, adotam uma postura bípede, apoiando-se nos membros posteriores e na cauda para parecerem maiores e mais ameaçadores. Alimentam-se principalmente de formigas e cupins.