Logo Folha de Candelária
Meio Ambiente 17/02/2023 14:48
Por: Charles Silva

Depósitos irregulares de lixo causam transtornos no município

Com o início das aulas se aproximando, acúmulo de lixo próximo à entrada da EMEI Dona Tereza, na Av. Amândio Silva, vira alvo de reclamações

  • Além da grande quantidade de resíduos de todos os tipos, é possível perceber restos de móveis carbonizados, resultantes de um incêndio no local
  • Roberto Pilz: “todo resíduo gerado é de responsabilidade do munícipe até o momento do recolhimento”

Nas últimas semanas tem ocorrido em Candelária uma grande discussão sobre o descarte ilegal de lixo em certos pontos da cidade. Após diversos munícipes chamarem a atenção das autoridades para a existência de depósitos ilícitos no trevo de acesso à Linha Boa Vista e à Linha Curitiba, moradores da Av. Amândio Silva procuraram a mídia para denunciar outro destes locais. Diversas famílias da comunidade têm usado o espaço baldio, ao lado da entrada da EMEI Dona Tereza, como depósito de todo tipo de descarte, colocando em risco quem convive no local.

A reportagem da Folha foi até o local para averiguar a situação e constatou a existência de todo tipo de material de descarte espalhado pelo terreno, a poucos metros da entrada da escola. De acordo com um funcionário do educandário, é um desafio manter o local em condições. O lixo gera mau cheiro e acaba atraindo insetos e roedores. Quando a quantidade de lixo fica muito grande, liga-se para a prefeitura solicitando o recolhimento. “Sempre somos bem atendidos, tanto pela prefeitura, quanto pelos garis. Contudo, o problema não se resolve e, em algumas horas, o material já começa a se acumular novamente”, relatou.

Uma moradora da Amândio Silva afirma que a situação é rotineira. “Há alguns anos, antes da escola entrar em funcionamento, havia canos de concreto dispostos na esquina para fazer o descarte. Contudo, quando a escola abriu, eles foram removidos e a comunidade, que tinha o costume de usá-los, não soube onde colocar os seus resíduos e começou a jogá-los lá”, contou. Outro morador, que reside em uma nova rua (sem nome), com cerca de 500m de extensão, que acompanha em paralelo a Av. Amândio Silva, afirma que a comunidade adotou o ponto como local de descarte porque a empresa de coleta passa pelo local. “Somos dezenas de famílias que não têm acesso à coleta. Para que o problema seja resolvido, acredito que a prefeitura precise fornecer uma lixeira para nossa comunidade”.

 

O que diz o DEMA

O Departamento de Meio Ambiente (DEMA), por meio do engenheiro ambiental Roberto Pilz, relatou que está ciente do problema e tem trabalhado para encontrar uma solução. Pilz reforça que o novo Código de Limpeza Urbana institui que cada residência deve ter sua própria lixeira e todo lixo gerado é de sua própria responsabilidade até o recolhimento. Portanto, é expressamente proibido dispor qualquer tipo de resíduo junto à calçada, canteiro central das vias ou qualquer outro local que não seja sua lixeira.

Em relação à fala dos moradores sobre a inexistência de uma lixeira que atenda à comunidade, o engenheiro ambiental refere que esta prática é um dos principais empecilhos para acabar com os depósitos irregulares. “Os moradores se acostumaram a agrupar o lixo em lixeiras comunitárias ou em grandes montes dispostos nas calçadas e terrenos baldios. Mas isso não é o ideal, pois acaba transferindo a responsabilidade de manter o local limpo, acaba gerando mau cheiro, atraindo insetos e prejudicando todo o arredor”, afirmou.

Sobre a afirmação do morador, alegando que a coleta seletiva não atende à nova área, Pilz afirma que a coleta do lixo no local é realizada de modo um pouco diferente. “Devido à via ser muito estreita, o caminhão não consegue passar por dentro do local. Entretanto, os garis estão orientados a fazer o trajeto a pé e recolher os resíduos manualmente, não tem como fazer diferente. Portanto, é preciso que a população se conscientize, separe seus resíduos corretamente e disponha-os em frente às suas residências nos dias corretos”.

Por fim, o engenheiro do DEMA antecipou à Folha que uma ação de conscientização está sendo planejada para a comunidade. “Por meio de visitas domiciliares, nós iremos orientar sobre o novo Código de Limpeza Urbana e pedir cooperação dos moradores para que passem a usar as próprias lixeiras. O problema só será solucionado quando conseguirmos reeducar as comunidades sobre o modo correto de destinar seus resíduos”, concluiu.