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Rural 01/12/2023 08:44
Por: Diego Foppa

Plantio da nova safra de soja chega a cerca de 40%

Excesso de chuvas provoca atraso na implantação da cultura, cujo calendário foi aberto em 11 de outubro

  • Cenário de preocupação: cerca de 40% da área estimada em 19,5 mil hectares foi plantada no município
  • Evanir Ivan Hintz:

Se em anos anteriores o produtor rural pedia chuva, na safra de verão do ciclo 2023/2024 o panorama mudou. Quase um mês após a abertura do calendário de semeadura da soja, os agricultores gaúchos estão à espera de sol para que o solo tenha condições de receber os plantios da principal lavoura extensiva do Estado. Em Candelária, o cenário não é diferente. Cerca de 40% da área estimada em 19,5 mil hectares foi plantada no município. No ano passado, neste mesmo período, mais de 80% das lavouras já haviam sido semeadas.  

O panorama é decorrente dos efeitos do El Niño, cujos prognósticos indicam chuvas mais frequentes, volumosas e persistentes no último semestre do ano, além de tempestades, fortes rajadas e granizo, impactando diversas culturas agrícolas. De acordo com o engenheiro agrônomo do Escritório de Planejamento e Consultoria de Candelária (Agrican), Adalton Siqueira, a persistência de chuvas e de umidade tem encharcado os campos e, consequentemente, impedido a entrada das máquinas. “Esse atraso influenciar em diversos fatores, como na diminuição de potencial da soja, bem como em seu desenvolvimento em função de não ser a melhor época para plantar”, explica. Segundo Adalton, o cenário atual pode ser considerado preocupante pelo fato dos produtores não conseguirem avançar no plantio. “É necessário que haja uma colaboração do tempo daqui para frente para termos uma boa safra. Ano passado, por exemplo, praticamente todas as lavouras haviam sido plantadas até 10 de dezembro e acabaram sendo castigadas pela seca de fevereiro”, detalha. 

Recentemente, os dias ensolarados foram aproveitados pelo produtor Evanir Ivan Hintz, de 47 anos, morador da localidade de Rincão do Cedro, em Candelária. No entanto, ele mostra preocupação com relação ao clima. No caso da soja, ele conseguiu plantar apenas cerca de 40% da área de 250 que cultiva. “Está bastante atrasado. Ano passado já havia sido plantado praticamente o dobro deste percentual”, afirma. Além disso, Hintz salienta que sequer conseguiu iniciar o plantio de arroz. “Resta esperar, não adianta. O agricultor depende do tempo. É um negócio a céu aberto”, comenta.