Por: Diego Foppa
Candelária tem mais de 12 mil pessoas em áreas de risco
Serviço Geológico do Brasil realizou estudo em 95 municípios gaúchos e apontou problemas com eventos como deslizamento, enxurrada e inundação
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) mapeou 1.944 áreas de risco alto e muito alto em 95 municípios do Rio Grande do Sul. Nessas regiões, vivem cerca de 564 mil pessoas e estão localizados aproximadamente 154 mil imóveis. Das cidades mapeadas nesta ação emergencial, Caxias do Sul é onde foram identificadas mais áreas de risco: 145, no total. Em seguida, Nova Petrópolis, Gramado e Veranópolis, com 68 cada uma; Igrejinha, com 49; Encantado, com 45; Rolante, com 44; Maquiné, com 43; Estrela, Três Coroas e Novo Hamburgo, com 38 áreas de risco cada.
O levantamento foi realizado ao longo de um ano por mais de 40 pesquisadores, como parte de uma ação emergencial financiada pelo governo federal após as enchentes de 2024. Durante o trabalho, foram observadas características naturais do terreno e sinais de instabilidade, como árvores inclinadas, trincas no solo e muros com deformações. No Vale do Rio Pardo, Candelária foi o município que apontou o maior número de setores de risco, domicílios e pessoas atingidas. Segundo o levantamento, a Terra do Botucaraí conta apresenta 34 setores de risco, com 3.107 residências, afetando 12.428 pessoas. São apontadas possibilidades de deslizamento, enxurrada, inundações, queda e rastejo. “Esperamos que os produtos auxiliem os municípios para busca de soluções para minimização da população aos riscos geohidrológicos e a defesa civil na tomada de decisão durante os eventos extremos”, enfatizou a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho.
CERRO BRANCO - Na região, Cerro Branco também estava entre os municípios no qual o estudo foi realizado. No trabalho de campo realizado entre 24 e 28 de janeiro deste ano, 15 áreas de risco alto foram setorizadas. Os números indicam 248 estabelecimentos e domicílios em risco, atingindo 992 pessoas.
SAIBA MAIS - O trabalho para elaboração dos estudos envolveu o mapeamento nos municípios para identificar e descrever as áreas que têm risco alto e muito alto associados aos movimentos de massa (como deslizamentos) e inundações. Durante as atividades, os pesquisadores observaram as características naturais do terreno, bem como os indícios de instabilidade eventualmente presentes em uma determinada região, como árvores inclinadas, trincas no solo e muros embarrigados.
A partir dessas informações, foram elaborados mapas das áreas de risco geológico, relatório técnico e os arquivos vetoriais que contêm os principais atributos das áreas mapeadas. Nos documentos, o SGB recomenda medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes, como implementação de sistemas de monitoramento e alerta de desastres, implementação de sistemas de drenagem fluvial e desenvolvimento de políticas públicas de ordenamento territorial.