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Geral 24/07/2020 18:42
Por: Redação

Mapa preliminar: região de Candelária volta a ser classificada na bandeira vermelha

Permanência nas regras da bandeira laranja dependem, pela terceira semana seguida, da aceitação de recurso

O governo estadual divulgou no início da noite desta sexta, 24, o mapa preliminar da 12ª rodada do modelo de distanciamento controlado, que divide o estado em 20 regiões. E, mais uma vez, a região de Santa Cruz do Sul, que inclui Candelária, foi classificada na bandeira vermelha, de risco alto para o coronavírus. Nas duas rodadas anteriores, o acolhimento de um recurso garantiu para o mapa definitivo a manutenção das regras da bandeira laranja, considerada de risco médio para o coronavírus. No total, 14 regiões foram enquadradas na bandeira vermelha: Caxias do Sul, Taquara, Canoas, Porto Alegre, Pelotas, Santa Rosa, Santa Cruz do Sul, Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Cruz Alta, Bagé, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Santo Ângelo. O prazo para recurso expira ás 6h do domingo, 26. No final da tarde de segunda, 26, o estado anuncia o mapa definitivo, que prevalecerá por sete dias a partir da terça, 27.

As regiões de Lajeado, Cachoeira do Sul, Erechim, Ijuí, Uruguaiana e Santa Maria foram enquadradas preliminarmente na bandeira laranja (risco médio). Das regiões em bandeira vermelha, a de Caxias do Sul segue no nível mais preocupante, visto que manteve a mesma média ponderada final da semana anterior, de 2,16. Outras duas regiões apresentaram crescimento das médias ponderadas finais: Pelotas (de 1,49 pra 1,81) e Bagé (de 1,34 para 1,69), ambas puxadas com o agravamento de indicadores da própria região e da Macrorregião Sul.

As demais em bandeira vermelha tiveram pequenas oscilações, porém ainda mantendo classificação de alto risco. Taquara ficou com média de 2,06; Canoas, de 1,86; e Porto Alegre, de 1,83. Com exceção de Caxias do Sul, cuja média se manteve igual à da semana passada, as médias ponderadas das regiões apresentaram melhora.

Mais leitos de UTI

O esforço para ampliar o número de novos leitos de UTI (90 unidades a mais de uma semana para outra) fez com, neste período, a maior oferta crescesse no mesmo patamar de pacientes que exigiram tratamento intensivo. Os leitos de UTI aumentaram 4% e, agora, somam 2.370 em todo o Estado, mesmo percentual de avanço em termos de novas internações nessas unidades.

Nesta quinta, 23, 1.804 leitos de UTI estavam ocupados, sendo que houve um recuo das internações por demais doenças graves e um aumento do número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), resultando em aumento da participação desses pacientes no total de leitos ocupados de 43% para 48%. Na semana anterior, havia 1.733 leitos de UTI com pacientes.

De qualquer forma, a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 seguiu tendência de queda – menos de um leito livre para cada ocupado. Isso aponta um risco maior para o colapso da rede hospitalar caso o número de internações pela doença siga acelerado. Por enquanto, nessas 12 semanas de Distanciamento Controlado, não houve registro da bandeira mais grave, de cor preta, que representa risco altíssimo. Para atingir a bandeira preta, o arredondamento da média ponderada dos 11 indicadores deve alcançar, no mínimo, 2,5, enquanto a da bandeira vermelha é 1,5.

No entanto, no último mês o avanço da pandemia foi significativo. No período de 30 dias (entre os dias 25 de junho a 23 de julho), as internações em leitos clínicos com Covid-19 aumentaram 108,4% (passou de 478 para 996). Isso se refletiu nos casos que exigiram internação em UTI, que igualmente dobraram neste período: saltou de 307 pacientes para 645 (aumento de 110%).

Pacientes de fora

Nos últimos dias, por conta do agravamento da pandemia, algumas regiões apresentaram altas taxas de ocupação leitos de UTI. Para garantir o acesso qualificado e no tempo oportuno dos pacientes aos leitos de UTI, cabe ao Estado transferir pacientes entre hospitais, inclusive para outra macrorregião, que não a de residência do paciente.

Para avaliar o impacto no cálculo das bandeiras dessas transferências de pacientes entre regiões, a Secretaria de Saúde analisou todas as internações de pacientes fora de sua macrorregião de residência. No entanto, não se observou, mesmo realizando todos os ajustes, modificação do resultado final da bandeira em nenhuma das regiões Covid-19.

Ou seja, na simulação, ajustando os pacientes (cada qual ficando na sua macrorregião de residência), manteve-se as bandeiras na mesma definição de restrição, não havendo alteração da bandeira final. Portanto, o efeito de uma macrorregião atender pacientes de fora não foi determinante para a classificação final em nenhuma das regiões

A JUSTIFICATIVA PARA A CLASSIFICAÇÃO DA REGIÃO

A Macrorregião dos Vales apresentou bandeira vermelha em apenas umas de suas regiões Covid: Santa Cruz do Sul. O indicador de hospitalizações confirmadas para Covid-19 na região piorou significativamente, passando da bandeira amarela para a preta nessa rodada. A quantidade de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos 7 dias na região aumentou 88% entre as duas semanas, passando de 8 na semana anterior para 15 na atual. Assim, o número de hospitalizações por 100 mil habitantes passou de 2,31 para 4,32, um resultado que indica alta incidência de novos casos na população.

Manteve-se na bandeira vermelha o indicador relacionado ao estágio da doença na região. Foram registrados 71 casos ativos para 107 casos recuperados nos últimos 50 dias anteriores ao início da semana. Merece atenção também o registro de quatro novos óbitos na semana.

Na macrorregião, por sua vez, mantiveram-se praticamente estáveis os indicadores relativos a número de pacientes SRAG e Covid-19 em leitos de UTI, com classificação final na bandeira amarela. No caso dos internados em leitos clínicos Covid-19, houve um leve aumento de 7%, passando de 42 para 45. Já em relação aos internados em leitos de UTI por Covid-19, o aumento de 7% refere-se ao registro de dois novos pacientes. Na semana anterior, eram 28 e agora são 30 internados em UTI com Covid-19. Atenção recai, porém, sobre o avanço de 24% no número de internados em leitos clínicos com Covid-19 na macrorregião, que passou de 20 na semana anterior para 30 na corrente semana, um aumento de 50%, o que lhe conferiu bandeira vermelha.

Já no tocante à capacidade de atendimento, a macrorregião apresentou sensível piora. Houve redução de 17% na relação entre leitos de UTI ocupados livres e leito de UTI Covid-19 ocupados, mantendo a macrorregião na bandeira vermelha nesse indicador. A variação no número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 foi de 61 para 54, uma queda de 11%.

RESUMO DA 12ª RODADA

Regiões que tiveram piora:
• Santo Ângelo: laranja > vermelha
• Cruz Alta: laranja > vermelha
• Santa Rosa: laranja > vermelha
• Pelotas: laranja > vermelha
• Bagé: laranja > vermelha
• Santa Cruz do Sul: laranja > vermelha

Regiões que estavam e seguem na bandeira vermelha:
• Capão da Canoa
• Taquara
• Novo Hamburgo
• Canoas
• Porto Alegre
• Palmeira das Missões
• Passo Fundo
• Caxias do Sul

Região que teve melhora:
Nenhuma


PRINCIPAIS INDICADORES DA 12ª RODADA

• O número de novos registros de hospitalizações Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de confirmados Covid-19 aumentou 27% entre as duas últimas semanas (de 855 para 1086);

• O número de internados em UTI por SRAG aumentou 15% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 754 para 865);

• O número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou 17% entre as duas últimas quintas-feiras (de 853 para 996);

• O número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou 13% entre as duas últimas quintas-feiras (de 572 para 645);

• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS aumentou 3% entre as duas últimas quintas-feiras (de 547 para 566);

• O número de casos ativos aumentou 25% entre as duas últimas semanas (de 5.700 para 7.125);

• O número de óbitos por Covid-19 aumentou 16% entre as duas últimas quintas-feiras (de 271 para 315).

As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos 7 dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (422), Canoas (125), Caxias do Sul (106), Novo Hamburgo (75) e Pelotas (70).