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Geral 24/03/2017 09:44
Por: Tiago Mairo Garcia

Solicitação de doações gera dúvida em candelarienses

Informação de que crianças com câncer do município estariam sendo tratadas em Santa Cruz do Sul causou incerteza após ser constatado que referência no tratamento em oncologia pediátrica é Porto Alegre

Ajudar ao próximo. Um gesto nobre e que deve ser sempre valorizado, principalmente quando envolve pessoas com problemas de saúde e que necessitam de um aparo e um aporte financeiro para custear as despesas com os respectivos tratamentos de saúde. Visando auxiliar pessoas com câncer em situação de vulnerabilidade foi fundada em 05 de março de 2005 a AAPECAN (Associação de Apoio a Pessoa com Câncer), que atualmente possui 14 unidades de atendimento e nove casas de Apoio no Rio Grande do Sul para ajudar estas pessoas a enfrentarem seus respectivos tratamentos contra a enfermidade. 
Com o objetivo de angariar recursos para auxiliar os pacientes com câncer, um dos núcleos da entidade, situado em Santa Cruz do Sul, tem buscado doações através de ligações telefônicas para diversas pessoas nos municípios que abrangem a sua área de atuação. Após ser confirmada a doação, um representante da entidade vem até o endereço da pessoa e entrega um recibo com o valor doado.
Na última semana uma operadora da entidade entrou em contato com dois candelarienses para solicitar novas doações. Uma das ligações foi para a enfermeira de regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Cristina Friedrich Priebe. Ela conta que desde junho de 2016 vinha ajudando a entidade mensalmente com doações até receber uma ligação da AAPECAN com uma mulher informando que uma criança de Candelária estaria fazendo tratamento contra o Câncer em Santa Cruz do Sul. "Desconfiei quando falaram que havia crianças de Candelária tratando em Santa Cruz, pois a nossa referência para oncologia pediátrica é Porto Alegre", disse Ana.  A partir desta informação, a enfermeira informou que suspendeu as doações que realizava para a entidade e passou a auxiliar a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Candelária.
Quem também recebeu uma ligação da AAPECAN solicitando uma doação com o argumento de auxiliar crianças de Candelária que realizam o tratamento contra câncer foi o contador da prefeitura Fabio Steil. Ele relatou que o fato ocorreu na tarde da última quinta, 16, quando uma mulher representando a entidade informou que estava solicitando a doação para auxiliar duas crianças de Candelária que residem no bairro Ewaldo Prass. "Achei estranho após a pessoa informar que eram duas crianças, um menino de 11 anos com câncer nos rins e uma menina de nove anos com tumor no cérebro. Pedi a identificação das crianças, mas a pessoa não informou os nomes, dizendo apenas que residiam no bairro Ewaldo Prass. Recusei a doação, mas eles insistiram e ofereceram uma rifa. Acabei comprando para ajudar", disse ele.
Após receber a informação de Steil, Ana Priebe informou que há somente uma criança que reside no bairro Ewaldo Prass que está realizando o tratamento para leucemia na cidade de Santa Maria. O novo fato reforçou ainda mais a dúvida sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela entidade assistencial. "Pode ser que a pessoa que realize as ligações está usando estas informações como forma de sensibilizar as pessoas a doarem, mas não concordo que se use algo que não é verdade, ainda mais se tratando de crianças", finalizou a enfermeira. 

 

Em nota, AAPECAN presta esclarecimentos

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa na manhã de ontem, 23, a AAPECAN (Associação de Apoio a Pessoas com Câncer do Vale do Rio Pardo) faz um esclarecimento sobre o ocorrido. Confira o que disse a entidade.
"A AAPECAN - Associação de Apoio a Pessoas com Câncer do Vale do Rio Pardo, com sede em Santa Cruz do Sul há 12 anos é uma Organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos. Nosso trabalho é dar suporte a pacientes e familiares que sofrem com o Câncer nas regiões, onde os cadastrados na Entidade não tem custo algum com mediação, suplementos, atendimentos e hospedagem em nossa Casa de Apoio, que acolhe pessoas do Vale do Rio Pardo que realizam o tratamento de radioterapia e quimioterapia no hospital da cidade.
Para mantermos o trabalho sério que realizamos, nossa forma de arrecadação é através do telemarketing, onde nossa equipe entra em contato solicitando doações e rifas para os contribuintes. Após confirmação da doação, é agendada uma data onde um mensageiro (motoboy), identificado com o crachá irá até o local combinado recolher a doação e entregar o comprovante, na cor amarela para o colaborado.
A equipe do telemarketing sempre passa as campanhas que estão sendo realizadas para os colaboradores, falando sobre o custo, idade das pessoas e a quantidade de pacientes da cidade em que estão ligando, sendo as campanhas informativas, pois atendemos a todos que buscam auxílio conosco. 
Recentemente aconteceu um fato isolado com um colaborador de Candelária, onde foi repassado as informações de dois pacientes infantis, de 9 e 11 anos, juntamente falado com os pacientes da cidade. Informamos que estes pacientes são respectivamente das cidades de Lajeado e Santa Cruz do Sul.  Atualmente temos cadastrados conosco cerca de 18 usuários infantis, sendo eles das cidades de Arroio do Meio, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Estrela, Paverama, Taquari, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Cachoeira do Sul. No município de Candelária possuímos 13 pacientes cadastrados e ao todo em torno 2.070 usuários.
Gostaríamos de desculpar-nos pela forma errônea que foi passada a campanha, e lembrando que em caso de dúvidas sempre estamos abertos ao diálogo, tanto pelas mídias sociais como pelo telefone ou recebendo a visita dos contribuintes em nossa Casa de Apoio."