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Geral 31/03/2023 14:30
Por: Charles Silva

Uso de inseticidas por pulverização vira pauta no município

Indicação do vereador Jorge Willian Feistler (PTB) ao Executivo para a realização de pulverizações no combate aos mosquitos abriu um importante debate sobre o uso dos inseticidas

Na última terça, 28, o vereador Jorge Willian Feistler (PTB) encaminhou uma indicação ao Poder Executivo para que comecem a ser realizadas pulverizações de inseticida na cidade e no interior de Candelária para combater mosquitos de várias espécies, entre eles o Aedes Aegypti, transmissor da dengue, e até os borrachudos, mais comuns no interior. A ação foi motivada pelos recentes relatos de moradores do município, que alegam perceber um aumento na população dos insetos, mas também pela escalada dos casos de dengue em todo o país.

Nas redes sociais, entre questionamentos e votos de incentivo, a ideia iniciou um debate importante sobre a utilização deste tipo de ferramenta no combate ao mosquito. A verdade é que o uso dos inseticidas para o combate ao mosquito da dengue é alvo de divergência mesmo entre pesquisadores. Enquanto alguns defendem o uso da pulverização pelos bons resultados obtidos em alguns municípios que vinham sofrendo com casos de dengue, outros alegam que, além da baixa eficácia na supressão do mosquito, o inseticida acarreta em casos de intoxicação e na eliminação de outras espécies, como as abelhas e outros insetos benéficos ao homem, resultando em um desequilíbrio ecológico.

 

O que diz a Vigilância Sanitária

De acordo com o coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, Leonardo Ribeiro, não é possível afirmar que existe um aumento na população dos insetos no município. Entretanto, o período de estiagem colabora com esta sensação. “A fêmea do mosquito continua colocando seus ovos, mesmo que os recipientes não possuam água parada. Acontece que, quando ocorre a chuva, os ovos eclodem ao mesmo tempo, gerando a superpopulação de mosquitos percebida pelos moradores”, explica.

Ribeiro reforça que, embora o município seja considerado infestado pelo Aedes Aegypti, Candelária não apresenta nenhum caso positivo de dengue. Portanto o uso dos inseticidas não é recomendado pelas autoridades de saúde, que entendem que a principal ferramenta para o combate da dengue são as visitas domiciliares em busca de focos da doença. “Há alguns meses o município já adquiriu aparelhos para pulverização. Contudo, ainda não realizou nenhuma aplicação. O Estado só disponibiliza o veneno para municípios que possuem altos índices de contaminação pela Dengue, o que, felizmente, não é nossa realidade”.

O inseticida disponibilizado pelo estado tem uma eficácia de cerca de 20% no combate ao mosquito, não tem efeito residual e não tem efeito contra a larva do Aedes Aegypti. Assim que é pulverizado, fica cerca de 40 minutos no ar e, após isso, perde seu efeito. Entretanto, segundo Ribeiro, a Secretaria Municipal de Saúde está estudando a compra de outros inseticidas, com maior efetividade, que estão sendo utilizado em cidades da região, como Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.