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Geral 26/05/2023 08:54
Por: Diego Foppa

Parceria internacional busca desvendar segredos paleontológicos em Candelária

Equipe formada por pesquisadores da Universidade de Harvard e da Unipampa esteve no município buscando fósseis e rochas que podem contribuir para evitar uma iminente crise ecológica

Por meio de uma parceria inédita entre o Laboratório de Paleobiologia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e do Museu de Zoologia Comparada de Harvard, universidade norte-americana conhecida mundialmente por sua excelência acadêmica, a riqueza paleontológica de Candelária está novamente sob o olhar da comunidade científica mundial.

Junto ao curador do Museu Municipal, Carlos Nunes Rodrigues, nos dias 23, 24 e 25 de maio uma importante equipe de pesquisadores esteve visitando diversos sítios arqueológicos do município, buscando novos fósseis e rochas que possam auxiliar na compreensão de uma grande extinção em massa, ocorrida há 252 milhões de anos. A equipe contou com a participação dos paleontólogos Sthepanie Pirce, Scot Edwards e Peter Bishop, da Universidade de Harvard, e dos paleontólogos Felipe Pinheiro e Voltaire Neto, da Unipampa, além da ecóloga Ariele Machado e das alunas Caroline Pilar e Julia Souza. O youtuber Pirulla também esteve presente para registrar e divulgar as importantes descobertas da expedição. O influenciador digital é paleontólogo, zoólogo e um dos principais divulgadores da ciência no Brasil.

De acordo com o líder da expedição, Felipe Pinheiro, Candelária é um local muito especial para a pesquisa paleontológica. Pois apresenta uma variedade temporal única no país. Além disso, vários cientistas renomados já fizeram descobertas no município. Em especial, Llewellyn Ivor Price, um dos primeiros paleontólogos brasileiros, responsável por levar o nome de Candelária para o exterior, até a Universidade de Harvard, onde se formou na década de 30. 

Pinheiro explica que além de explorar o contexto histórico, refazendo os passos de Price, a pesquisa visa estudar uma das grandes extinções em massa do  planeta, coletando dados que podem ajudar a entender e prever outra catástrofe desta natureza. “Por meio do desmatamento, das altas taxas de emissão de carbono e da poluição, entendemos que a humanidade está vivendo uma grande crise ecológica, caminhando a passos acelerados para a próxima extinção em massa. Diante disso, a compreensão dos eventos do passado pode ser a principal ferramenta para evitar um evento semelhante”, explica.

Visitando o país pela primeira vez, a pesquisadora norte-americana Stephanie Pierce, líder da equipe estadunidense, ressalta a importância de retomar as parcerias científicas entre o Brasil e os Estados Unidos para a produção científica global. "Em Harvard, encontram-se alguns espécimes coletados no município de Candelária há quase um século, fósseis que contam uma parte única da história do nosso planeta. Ficamos muito satisfeitos em voltar a trabalhar com o Brasil no desenvolvimento de novas pesquisas. Certamente, essas novas descobertas irão ampliar ainda mais o conhecimento sobre nosso passado, presente e futuro", concluiu.