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Rural 08/08/2025 08:49
Por: Diego Foppa

Área plantada de trigo será menor no município

Desvalorização do valor pago pela saca ao agricultor é um dos motivos apontados para a queda na produção do cereal

Principal cultura de inverno, o trigo terá uma área cultivada menor neste ano em Candelária. Conforme dados do Escritório da Emater/RS-Ascar do município, a estimativa é que a produção diminua de 1.100 hectares para 900. A queda do preço do cereal e alta nos custos de produção são fatores que contribuem para o cenário. O plantio do cereal encerrou por volta do dia 20 de julho e atualmente a plantação está em fase de desenvolvimento vegetativo. 
A cultura de inverno esteve em constante evolução especialmente entre 2019 e 2022. Segundo o engenheiro agrônomo do Escritório de Planejamento Agrícola e Consultoria de Candelária (Agrican), Adalton Siqueira,  foi possível observar um comportamento diferente dos produtores nos anos seguintes. “O ano de 2022 registrou uma produtividade significativa e o preço estava bom. Nos anos seguintes, a rentabilidade não foi satisfatória e o preço reduziu gradativamente”, salientou. Neste sentido, Siqueira acrescentou que a relação custo-benefício se tornou desfavorável ao agricultor. “Lá em 2022, o valor da saca era na casa dos R$ 100,00; hoje é de R$ 65,00. Para se ter uma ideia, hoje o custo de produção fica entre 50 e 55 sacas por hectare”, disse. O engenheiro agrônomo também ressalta que muitos produtores estão optando por substituir o trigo por aveia, pastagem de inverno ou apenas cobertura de solo. “É uma tendência por conta do fator econômico. Nos dos últimos anos o pessoal teve prejuízo com o trigo. Se tornou em uma cultura de risco”, finalizou Adalton. 

No Estado, tendência também é de redução
No Estado, a área do trigo deve reduzir em quase 10% na safra de 2025. É o que aponta a projeção da Emater/RS-Ascar, com base em levantamento feito entre 12 de maio e 9 de junho em todas as regiões do Estado. A estimativa é que 1,19 milhão de hectares sejam cultivados com o cereal neste ano, frente aos 1,33 milhão de hectares registrados em 2024 — um recuo de 9,98%. Mesmo com a redução, a produtividade esperada é maior: cerca de 2,99 toneladas por hectare, 7,7% acima da última safra. Com isso, a colheita deve alcançar 3,59 milhões de toneladas, aproximadamente 100 mil toneladas a menos que o ciclo anterior.