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Geral 19/09/2025 15:03
Por: Mariana Bataioli

Agricultores de Candelária atingidos pelas cheias receberão novas casas

RECONSTRUÇÃO | As 77 famílias estão organizadas em grupos e aguardam liberação de recursos; valor por moradia pode chegar a R$ 106 mil

Agricultores de Candelária que perderam suas casas nas enchentes terão a oportunidade de reconstruir a vida em novos lares garantidos por programas habitacionais. Ao todo, 77 famílias já foram cadastradas e organizadas em sete grupos pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), em parceria com Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar da Fetag (COOHAF), a Prefeitura Municipal, a Secretaria de Assistência Social e Habitação e a Defesa Civil.

Do total, 56 famílias integram cinco grupos do programa Casas da Calamidade 2024, voltado a quem teve a residência destruída ou condenada, com cadastros registrados no Sistema S2ID Rural. Outras 21 famílias foram incluídas em dois grupos de remanejamento, beneficiadas por casas remanescentes do programa de Calamidade 2023, destinado inicialmente ao Vale do Taquari. “Essas famílias já estão organizadas e prontas. Agora aguardamos a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades liberarem o sistema para encaminharmos toda a documentação”, explica Juarez Cândido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Segundo Juarez, o processo conta com acompanhamento próximo: “Todos os associados recebem assistência técnica. Visitamos os terrenos, elaboramos projetos e acompanhamos as obras, para que as famílias recebam não apenas uma casa, mas um lar seguro e digno para recomeçar.”

Cada unidade está estimada em R$ 106 mil, sendo R$ 86 mil custeados pelo Governo Federal e R$ 20 mil pelo Governo do Estado, destinados à mão de obra. Há, no entanto, tratativas em andamento com a Caixa e o Ministério das Cidades para atualizar os valores, uma vez que a nova demanda habitacional geral prevê casas de R$ 97,5 mil. “Estamos dialogando para que o programa de calamidade também tenha essa correção, pois os custos de materiais e construção aumentaram. É fundamental que as famílias tenham condições reais de concluir suas casas”, ressaltou.

Próximos passos

Na semana passada, representantes do sindicato participaram de uma reunião virtual com a matriz da Caixa Econômica Federal, em Brasília, e uma nova rodada de conversas está marcada para esta sexta, 19, envolvendo também o Ministério das Cidades. Enquanto isso, algumas famílias foram acolhidas em moradias provisórias, como a chamada “Casa do Dunga”. Outras ainda enfrentam dificuldades com a documentação dos terrenos, requisito essencial para a construção nas áreas rurais.

Apesar dos desafios, Cândido reforça que a união entre entidades e governos tem sido decisiva: “A enchente deixou marcas profundas, mas a solidariedade e a organização comunitária estão mostrando que é possível reerguer as famílias agricultoras com dignidade. ”