Por: Mariana Bataioli
Agricultores de Candelária atingidos pelas cheias receberão novas casas
RECONSTRUÇÃO | As 77 famílias estão organizadas em grupos e aguardam liberação de recursos; valor por moradia pode chegar a R$ 106 mil
Agricultores de Candelária que
perderam suas casas nas enchentes terão a oportunidade de reconstruir a vida em
novos lares garantidos por programas habitacionais. Ao todo, 77 famílias já
foram cadastradas e organizadas em sete grupos pelo Sindicato dos Trabalhadores
Rurais (STR), em parceria com Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar
da Fetag (COOHAF), a Prefeitura Municipal, a Secretaria de Assistência Social e
Habitação e a Defesa Civil.
Do total, 56 famílias integram
cinco grupos do programa Casas da Calamidade 2024, voltado a quem teve a
residência destruída ou condenada, com cadastros registrados no Sistema S2ID
Rural. Outras 21 famílias foram incluídas em dois grupos de remanejamento,
beneficiadas por casas remanescentes do programa de Calamidade 2023, destinado
inicialmente ao Vale do Taquari. “Essas famílias já estão organizadas e
prontas. Agora aguardamos a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades
liberarem o sistema para encaminharmos toda a documentação”, explica Juarez
Cândido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Segundo Juarez, o processo conta
com acompanhamento próximo: “Todos os associados recebem assistência técnica.
Visitamos os terrenos, elaboramos projetos e acompanhamos as obras, para que as
famílias recebam não apenas uma casa, mas um lar seguro e digno para
recomeçar.”
Cada unidade está estimada em R$
106 mil, sendo R$ 86 mil custeados pelo Governo Federal e R$ 20 mil pelo
Governo do Estado, destinados à mão de obra. Há, no entanto, tratativas em
andamento com a Caixa e o Ministério das Cidades para atualizar os valores, uma
vez que a nova demanda habitacional geral prevê casas de R$ 97,5 mil. “Estamos
dialogando para que o programa de calamidade também tenha essa correção, pois
os custos de materiais e construção aumentaram. É fundamental que as famílias
tenham condições reais de concluir suas casas”, ressaltou.
Próximos passos
Na semana passada, representantes
do sindicato participaram de uma reunião virtual com a matriz da Caixa
Econômica Federal, em Brasília, e uma nova rodada de conversas está marcada
para esta sexta, 19, envolvendo também o Ministério das Cidades. Enquanto isso,
algumas famílias foram acolhidas em moradias provisórias, como a chamada “Casa
do Dunga”. Outras ainda enfrentam dificuldades com a documentação dos terrenos,
requisito essencial para a construção nas áreas rurais.
Apesar dos desafios, Cândido
reforça que a união entre entidades e governos tem sido decisiva: “A enchente
deixou marcas profundas, mas a solidariedade e a organização comunitária estão
mostrando que é possível reerguer as famílias agricultoras com dignidade. ”