Por: Diego Foppa
A experiência de viver em uma casa sobre rodas
Encontro de Motorhomes, que reuniu cerca de 150 veículos participantes, encerra neste domingo, com show da Banda Rosa’s
O leitor já imaginou passar seus dias viajando e conhecendo lugares novos. E tudo isso dentro de casa? É isso que acontece para quem escolhe morar em uma casa sobre rodas. Mais do que um estilo, uma verdadeira opção de vida, essa experiência está sendo apresentada mais uma vez para a comunidade de Candelária através do IV Encontro de Motorhomes Amigos do Seu Ivo, realizado desde o dia 19 no Parque Municipal de Eventos Itamar Vezentini, com previsão de se estender até o domingo, 27. O evento, que conta com apoio da Prefeitura e da Acic, foi aberto no sábado, 19, com show da Orquestra de Candelária. E, para este domingo, as atrações incluem uma exposição de carros antigos e, na parte da tarde, shows com a Banda Botuca e a Banda Rosa’s, uma das mais prestigiadas do estado na atualidade. As atrações abertas para o público em geral ainda incluem um almoço colonial no valor de R$ 37,00.
Os candelarienses Gerson Larger, mais conhecido como Nego Larger, e a esposa Rosane, ajudaram a organizar o evento, juntamente com Francisco Soares, o Chico Som, e a esposa Maria Nazário. Ouvidos pela reportagem da Folha, eles destacaram a evolução do evento desde a primeira edição. Ao todo, até a tarde de quinta, 24, o evento contabilizou 151 participantes, a grande maioria formada por casais, de diversas cidades gaúchas, além de um de Cascavel, no Paraná, e de municípios catarinenses, como Sombrio, Penha, Tubarão, Balneário Rincão, Arroio do Silva, Três Tílias, entre outros. No entanto, esse número ainda deve aumentar. Neste sentido, Nego Larger observou que enquanto alguns vão embora, outros chegam. Chico Som conta que deixou para os filhos o comércio e, desde 2017, participa de eventos de motorhomes. Natural de Araranguá/SC, ele destaca que o encontro de Candelária melhorou com o apoio da Prefeitura, elogiando a melhoria da infraestrutura do parque, especialmente o novo pavilhão.
Mais de 25 anos na estrada
Viver em um motorhome é uma experiência única, cheia de liberdade e aventura, mas não é para qualquer pessoa. A vida na estrada exige adaptação e a disposição para abrir mão de algumas regalias que uma casa tradicional oferece. Mesmo assim, essa experiência está atraindo cada vez mais adeptos ao redor do mundo. Heltor Schwingel, de 67 anos, faz parte deste time que escolheu viver em uma casa sobre rodas. Ele conta que deixou sua empresa de sorvetes aos cuidados de uma filha e da neta e está na estrada há mais de 25 anos. Natural da cidade gaúcha de Três Passos, ele está radicado no Mato Grosso há 40 anos. Sobre o estilo de vida, diz ser a realização de um sonho. É a primeira vez que participa do encontro em Candelária, afirmando ter sido atraído por ser uma homenagem ao Tio Ivo, um amigo de vários encontros. Lembrou ter sido uma das últimas pessoas a conversar com ele antes de seu falecimento no próprio motorhome.
A respeito do evento de Candelária, Heltor considerou a organização perfeita, elogiando o envolvimento de Nego Larger. “Ele não mede esforços para nos atender”, destacou. Também valorizou o esforço da Prefeitura e dos servidores municipais na atenção aos visitantes. Declarou ter participado de eventos em várias cidades do país, observando não ser comum esse apoio do poder público. A respeito da vida na estrada, Heltor responde que foi uma escolha. “A gente largou tudo e foi para fazer uma experiência, que já dura vários anos”, salientou. “Nosso objetivo é viver a vida”, enfatizou, lembrando que caixão não tem gaveta. Nesse sentido, ainda informou que já tem um roteiro de outros encontros, que passam por Harmonia, no Rio Grande do Sul, depois Francisco Beltrão, no Paraná, e Timbó, em Santa Catarina. Depois, conforme relatou, em dezembro e janeiro não tem encontros. “E como não queremos ir para casa, a gente vai para a praia de Itapema”, ressaltou. Registrou que na praia ainda consegue agregar uma renda vendendo sorvete, justificando a forma como é identificado nos encontros que participa. Quando é reconhecido, costuma ouvir que o sorveteiro está presente.