Por: Mariana Bataioli
Estudantes do Guia Lopes apresentam projeto voltado a violência contra a mulher
CONSCIENTIZAÇÃO | Iniciativa utiliza diferentes expressões artísticas para representar o medo, a dor e a esperança vividos por mulheres vítimas de agressão
A Escola Estadual de Ensino Médio Guia
Lopes apresentou nesta terça, 23, o projeto “Labirinto: uma travessia de
esperança silenciosa e os ecos do medo por meio da temática envolvendo a
violência contra a mulher”, desenvolvido por estudantes como forma de
sensibilizar a comunidade diante da realidade da violência de gênero. A
iniciativa reúne música, dança, objetos, luzes e cartazes em uma instalação
artística que simboliza a travessia entre o medo e a esperança, sentimentos que
marcam os ciclos de violência vividos por muitas mulheres.
O trabalho foi elaborado pelos alunos
Andressa, Anthony, Eduardo, Ester, Karen, Karoline, Manuela e Viviane, com
orientação das professoras Ana Luisa Brandt e Márcia Melchior. A proposta não
se limita ao ambiente escolar: segundo os organizadores, a ideia é ampliar a
experiência para toda a comunidade, dando prioridade inicial às escolas do
município. O projeto também foi inscrito para participação em eventos de nível
estadual, com o objetivo de dar ainda mais visibilidade à temática.
A relevância da iniciativa é reforçada
pelos números preocupantes registrados em Candelária nos últimos anos. Somente
em 2025, até julho, o município contabilizou 1 feminicídio consumado, 1
tentativa de feminicídio, 61 casos de ameaça, 22 de lesão corporal e 5 estupros.
Em 2024, foram registrados 97 casos de ameaça, 63 de lesão corporal, 5 estupros
e também 1 feminicídio consumado e 1 tentativa. Já em 2023, os números foram
ainda mais alarmantes: 109 ameaças, 7 estupros, 7 lesões corporais, além de 1
feminicídio consumado e 4 tentativas.
Esses dados foram expostos em cartazes
na instalação, reforçando o caráter de denúncia e conscientização do projeto.
Para a direção da escola, o “Labirinto” representa uma oportunidade de unir
arte, educação e cidadania, provocando reflexão sobre a gravidade do problema e
incentivando atitudes de mudança. Assim, mais do que uma expressão artística, o
“Labirinto” busca ser um chamado à sociedade: reconhecer a realidade, dar voz
às vítimas e reforçar a urgência de ações concretas para romper o ciclo da
violência contra a mulher.