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Geral 26/09/2025 14:52
Por: Mariana Bataioli

Estudantes do Guia Lopes apresentam projeto voltado a violência contra a mulher

CONSCIENTIZAÇÃO | Iniciativa utiliza diferentes expressões artísticas para representar o medo, a dor e a esperança vividos por mulheres vítimas de agressão

A Escola Estadual de Ensino Médio Guia Lopes apresentou nesta terça, 23, o projeto “Labirinto: uma travessia de esperança silenciosa e os ecos do medo por meio da temática envolvendo a violência contra a mulher”, desenvolvido por estudantes como forma de sensibilizar a comunidade diante da realidade da violência de gênero. A iniciativa reúne música, dança, objetos, luzes e cartazes em uma instalação artística que simboliza a travessia entre o medo e a esperança, sentimentos que marcam os ciclos de violência vividos por muitas mulheres.

O trabalho foi elaborado pelos alunos Andressa, Anthony, Eduardo, Ester, Karen, Karoline, Manuela e Viviane, com orientação das professoras Ana Luisa Brandt e Márcia Melchior. A proposta não se limita ao ambiente escolar: segundo os organizadores, a ideia é ampliar a experiência para toda a comunidade, dando prioridade inicial às escolas do município. O projeto também foi inscrito para participação em eventos de nível estadual, com o objetivo de dar ainda mais visibilidade à temática.

A relevância da iniciativa é reforçada pelos números preocupantes registrados em Candelária nos últimos anos. Somente em 2025, até julho, o município contabilizou 1 feminicídio consumado, 1 tentativa de feminicídio, 61 casos de ameaça, 22 de lesão corporal e 5 estupros. Em 2024, foram registrados 97 casos de ameaça, 63 de lesão corporal, 5 estupros e também 1 feminicídio consumado e 1 tentativa. Já em 2023, os números foram ainda mais alarmantes: 109 ameaças, 7 estupros, 7 lesões corporais, além de 1 feminicídio consumado e 4 tentativas.

Esses dados foram expostos em cartazes na instalação, reforçando o caráter de denúncia e conscientização do projeto. Para a direção da escola, o “Labirinto” representa uma oportunidade de unir arte, educação e cidadania, provocando reflexão sobre a gravidade do problema e incentivando atitudes de mudança. Assim, mais do que uma expressão artística, o “Labirinto” busca ser um chamado à sociedade: reconhecer a realidade, dar voz às vítimas e reforçar a urgência de ações concretas para romper o ciclo da violência contra a mulher.