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Geral 09/10/2021 09:51
Por: Jorge

Calçados Beira Rio: nova fábrica vai iniciar atividades até abril de 2022

Nova estimativa foi feita pelo presidente Roberto Argenta em entrevista para a imprensa local, na qual salientou que o retorno de ICMS no município irá dobrar em três anos

  • A primeira fábrica da Beira Rio de Candelária, inaugurada em 2015
  • Roberto Argenta ao lado do prefeito Nestor Ellwanger (Rim)
  • Palestra de Argenta ocorreu na quarta, 6, no auditório da Acic

Antes da palestra que ministrou no auditório da Acic na noite de quarta, 6, o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, concedeu entrevista para a imprensa local. Na oportunidade, apresentou estimativa sobre a inauguração da nova fábrica de Candelária, explicou sua receita para ser um empreendedor de sucesso e falou de suas ideias para o Rio Grande do Sul desenvolver-se mais e voltar a ser o melhor estado brasileiro. Inicialmente, Argenta explicou o conceito de empresário humanista, como é reconhecido. “A coisa que mais me deixa feliz é gerar empregos e formar pessoas”, observou, salientando que o controle de qualidade da empresa, inclui as pessoas. Informou que empresa recebeu o selo Origem Sustentável, o que vai abrir as portas para as grandes cadeias de lojas do mundo. “Mas nosso mercado preferencial é o Brasil e a América Latina”, pontuou.

A respeito da receita para empreender com sucesso, Argenta respondeu que além de muito trabalho, é preciso se dedicar e capitalizar o negócio. Neste aspecto, registrou que a Beira Rio sempre aplicou 75% do seu resultado em máquinas, equipamentos, prédios modernos e nos financiamentos aos clientes. “Isso nos garantiu clientes e nos tornar a maior e melhor fábrica das Américas”, ressaltou. Questionado sobre a previsão de inauguração da nova fábrica da Beira Rio de Candelária, respondeu que será em março ou abril do próximo ano. Explicou que diferente da já em funcionamento na cidade, a nova indústria irá receber a matéria-prima, fazer o corte e depois encaminhar para a costura e a montagem, que será feito com terceiros. Revelou que estão sendo feitos os contados com as empresas terceirizadas na cidade e na região. “Imagino que, em um ou dois anos, vamos gerar em torno de 1.500 empregos na região”, acrescentou. Empregos diretos, a nova fábrica irá gerar, segundo seu presidente, entre 180 a 250 novas vagas. Argenta destacou que é a Prefeitura local que irá ganhar mais, à medida que o retorno em ICMS gerado atualmente irá dobrar em cerca de três anos. Assinalou, ainda, que a região tem uma base forte no tabaco e que muitos jovens não querem permanecer na atividade. Neste aspecto, informou que o Recanto Maestro está financiando o plantio de oliveiras, fornecendo assistência técnica e as mudas. Registrou que para o próximo ano, já existem 30 interessados. Na sua opinião, será uma nova opção de renda aos pequenos produtores, observando que não precisa plantar na área do fumo, mas em partes da propriedade não aproveitadaas. “A oliveira só precisa de uma terra seca para se desenvolver bem, que pode até ter pedras”, completou.

Em relação às suas impressões sobre Candelária, Roberto Argenta respondeu que a cidade está linda. Comentou que as cidades em que a Beira Rio finca raízes gera novas construções e mais capricho. “Queremos que a Beira Rio tenha o maior jardim e o melhor restaurante da cidade”, ressaltou, desejando, assim, gerar um efeito multiplicador. Perguntado sobre os efeitos da pandemia, o empresário afirmou que a Beira Rio fez uma aposta no futuro e que os resultados serão colhidos nos dois próximos anos. Declarou que neste período a empresa buscou aperfeiçoar sua tencologia, tendo sido aprovada pela Fepam uma usina para tratamento e reaproveitamento de 80% do lixo produzido. “Os restantes 20% vamos queimar e transformar em energia elétrica e gás”, destacou. Questionado sobre suas origens, o presidente da Beira Rio afirmou ter muito orgulho de ter trabalhado não só como balconista, mas também como agricultor. Disse que a roça foi seu melhor aprendizado e que trabalhar não faz mal à saúde de ninguém. “Sou do tempo em que se começava a trabalhar com carteira assinada aos 14 anos, algo que só educa os jovens”, opinou.

A receita para o estado ser o melhor do país

Perguntado sobre seu projeto político e concorrer ao governo estadual, Roberto Argenta preferiu deixar o assunto para o próximo ano, mas não se furtou de apresentar sua receita para que o estado seja o melhor do Brasil. Para tanto, apresentou exemplos simples para melhorar a educação e em favor da geração de empregos. Sugeriu que as empresas de diferentes portes assumam uma escola estadual para reformar e manter. Assim, em um ano seria possível reformar todas as escolas estaduais gaúchas. “Se queremos uma educação de qualidade, temos que ter um ambiente adequado para ensinar”, argumentou. Sugeriu ainda que os CPMs das escolas ainda poderiam ajudar a manter as hortas e jardins. A receita de Argenta para a geração de mais empregos se baseia na indústria. “Todos os municípios com indústrias têm uma renda percapita maior”, declarou. Neste aspecto, informou que fez um comparativo de Santa Maria - que recebe muitas verbas federais - e Caxias do Sul. Conforme registrou, Caxias tem uma renda percapita 70% maior do que Santa Maria. O exemplo da contribuição da indústria para o desenvolvimento, segundo o empresário, também se aplica a Candelária, que apresentou outra realidade a partir da chegada da Gazin e da Beira Rio. Defendeu a ideia de que cada cidade tenha ao menos uma indústria, mesmo que pequena. “A Beira Rio começou com um barracão de madeira na beira do rio”, exemplificou, afirmando que uma empresa pode começar pequena e depois crescer.

Roberto Argenta ainda criticou o fato do estado ainda ter 50 municípios sem acesso asfáltico, reclamando mais investimento em infraestrutura. Para tanto, sugeriu que o estado venda os 14 mil imóveis que não usa, com destaque para o Palácio das Hortências, em Canela, que possui um imóvel e uma área grande. Através dessas vendas, segundo justificou, o estado pode construir muitos quilômetros de asfalto. Argenta ainda observou que Santa Catarina e o Paraná se desenvolveram mais do que o Rio Grande do Sul, defendendo para mudar o cenário, menos política e mais ação. Para tanto, retomou a ideia de que o desenvolvimento está também nas pequenas cidades e que o poder público precisa estimular a indústria e também o agronegócio. Ao concluir, o presidente da Beira Rio demonstrou confiança no potencial do país, lembrando que o Brasil é o maior fornecedor de alimentos para a China e que ainda pode dobrar sua atual produção agrícola. Conforme Argenta, essa realidade contraria interesses externos, o que faz o país ser muito atacado. Registrou que o Brasil é o país mais humano do mundo, que acolhe todos os povos. “Aqui árabes e judeus tomam café juntos, não ficam se matando”, enfatizou. Por fim, Argenta respondeu não ter temor sobre os efeitos negativos de uma eventual eleição presidencial acirrada. “O brasileiro vai saber escolher o que é melhor para o seu futuro”, completou.