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25/08/2009 16:56
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Representaes aguardam o parecer do juiz

Ouvidas na terça-feira, 19, pela manhã, duas testemunhas afirmaram que Lauro não participou da inauguração do Monumento ao Colono, dia 27 de julho, e as outras duas confirmaram que o trabalho de caminhões da prefeitura em frente ao prédio de propriedade do prefeito tratava-se apenas da remoção de tablados para a utilização em um evento da municipalidade e não para a preparação do comitê de campanha.
As supostas irregularidades eleitorais foram motivo de representação do PP contra Lauro Mainardi e a coligação “Compromisso com o Trabalho” na justiça eleitoral, apresentadas no dia 9 de agosto, que incluem ainda a participação do candidato em programa de rádio e a distribuição de cascalho. Sobre esta última, o juiz já havia indeferido o pedido por inconsistência de provas.
Na oitiva das testemunhas, o PP esteve representado pelo presidente Maurício Beskow e pelos advogados Dionatan Seckler e Sabrina Cassol, enquanto que a coligação “Compromisso com o Trabalho” foi representada na audiência pelo candidato Lauro Mainardi e o advogado Ilimar Mainardi. Os trabalhos foram conduzidos pelo juiz Gérson Martins da Silva e o Ministério Público esteve representado pelo promotor de Justiça Elemar Gräbner.
MONUMENTO – O primeiro a ser ouvido foi o advogado Cléo Scortegagna, de 54 anos. Ele contou que durante a inauguração do Monumento ao Colono, Lauro esteve em sua casa, na avenida Getúlio Vargas, 176, de onde saiu somente após os atos de inauguração. Lauro teria chegado na casa do advogado uma hora e meia ou duas antes da cerimônia a seu pedido. Ele queria relatar ao prefeito os problemas causados pelas obras de reengenharia do Conselho de Trânsito que acabaram suprimindo o espaço para estacionamento na rua em frente ao seu escritório. O prefeito teria saído de lá quando o desfile em homenagem aos motoristas já se encaminhava para mais da metade. Segundo ele, Lauro não chegou a acompanhar o desfile. O promotor de justiça perguntou à testemunha se sabia quem havia tirado as fotos do prefeito em frente à sua casa. Scortegagna disse que ouviu falar posteriormente que teria sido o filho do vereador Rogério Jacobi.
Fotos com o crédito a Roger Jacobi foram publicadas na semana passada pelo Jornal de Candelária e não teriam sido extraídas da representação que tramita no Fórum, conforme a Folha apurou junto ao cartório eleitoral.
O policial civil Paulo Renato Thumé, de 40 anos, foi outro que participou da cerimônia e confirmou que o prefeito não esteve presente. Thumé salientou no depoimento que ao chegar ao local perguntou a Lisete Scortegagna se o prefeito não estava acompanhando a cerimônia. Ela teria respondido que em razão da legislação eleitoral Lauro estaria impedido de participar, mas que estaria em sua casa conversando com o marido, Cléo. Thumé lembrou que viu o prefeito sair à rua acompanhado de Cléo quando o desfile já estava pela metade e garantiu que Lauro não fez nenhum gesto que configurasse campanha política. Sobre a pessoa que teria feito as fotos no local, foi veemente ao afirmar que Roger Jacobi estava “tirando fotos de todo mundo, como se procurasse algum alvo para fazer ‘lambança’ em razão do período eleitoral”. Ele colocou ainda que a atitude de Jacobi foi um ato de desespero por conta da notícia de previsão de vitória do candidato Lauro nas eleições.
COMITÊ – Em relação à denúncia de utilização de bem público para a montagem do comitê de campanha da coligação “Compromisso com o Trabalho”, outras duas testemunhas foram ouvidas. O motorista Fernando Schieferdecker, funcionário público municipal de carreira, de 30 anos, destacou que a foto em que figura um caminhão da prefeitura em frente ao comitê da coligação “Compromisso com o Trabalho” trata-se apenas da remoção de um palanque que estava no prédio de propriedade do prefeito para ser levado a um evento da municipalidade. Depois disso, o palanque teria sido depositado no Parque de Eventos, já que o prédio seria utilizado posteriormente para sediar o comitê. Ele não observou quem tirou as fotografias, mas respondeu ao juiz que os palcos não teriam condições de auxiliar na pintura do prédio, como observou a denúncia na representação. Schieferdecker contou que desde que foram adquiridos pela municipalidade, os palanques eram depositados após o uso sem ônus para a prefeitura no prédio do prefeito. O advogado Dionatan Seckler indagou a testemunha se, sobrepostos, os palanques não serviriam para serem utilizados como aindaimes, ao que foi advertido pelo juiz sobre a litigância de má-fé – quando o interveniente age de forma maldosa – já que ficou caracterizada a impossibilidade do objeto ser utilizado para outro fim.
O último a depor foi o também funcionário municipal de carreira Relásio Rubem Ziemann, de 56 anos, capataz da prefeitura. Ele confirmou a mesma versão de Schieferdecker lembrando que os palanques estavam guardados no prédio do prefeito para não ficarem expostos ao tempo pelo período de oito meses a um ano, desde que foram adquiridos pela municipalidade e sem custo para os cofres públicos. Ele confirmou que participou da última remoção dos palanques para um evento da municipalidade e que, após, foram levados para o parque de eventos. A respeito da pintura das propagandas políticas no comitê, revelou que quem as fez foi João Moraes, utilizando-se de uma escada para realizar o serviço que foi feito no prazo de uma semana a dez dias antes da inauguração do comitê.