O resgate na Rebentona

A not�cia de que havia in�meros moradores ilhados tamb�m na Rebentona se espalhou em Candel�ria. Em vista da imensid�o de �gua, que mais parecia um mar, o salvamento s� podia ser feito de lancha. Uma das equipes volunt�rias neste resgate saiu em busca de sobreviventes �s 14h de segunda, 4. O empres�rio Roberto Kottwitz, o vereador Cristiano Becker, o agropecuarista Isaac Porto e o estudante Ramon Kellermann tripularam a lancha. Para que pudessem encontrar as pessoas informaram, via r�dio, o n�mero de um telefone para, assim, serem guiados at� as casas em situa��o de emerg�ncia. Em entrevista � Folha, Isaac contou que eles chamavam as pessoas aos gritos na tentativa de localizar algum sobrevivente. No caminho encontraram animais mortos, m�quinas submersas, �rvores boiando e cercas ca�das. "A exist�ncia de cercas prejudicou o resgate; uma h�lice da lancha arrebentou num moir�o. A correnteza tava t�o forte que n�o consegu�amos voltar", disse ressaltando que a lancha tinha um motor de 40 HP. Um dos momentos que mais atemorizou a equipe foi a passagem por um conduto de arroz. "Quando a gente viu tinha se formado uma onda de mais ou menos um metro de altura; na hora que passamos por cima achamos que ia virar a lancha", comentou. INSIST�NCIA - Mesmo sem encontrar moradores nas casas, visto que maioria estava fechada em meio �s �guas, Isaac insistiu numa delas e bateu na porta. L� (a cerca de dois quil�metros do engenho de Arno Becker) encontrou Valdeni de Vargas juntamente com sua esposa Sara e sua m�e. "Eles estavam trancados em cima da mesa tentando ir para o forro da casa. A �gua j� tinha subido um metro e meio", relata. "Para eles foi um sentimento de al�vio e tristeza; nem acreditavam que algu�m os tiraria dali", complementa. Outra fam�lia mais pr�xima do engenho aguardava resgate em cima do telhado da casa. Entretanto, em fun��o da correnteza - cada vez mais forte - e da quebra de uma h�lice a equipe n�o conseguiu chegar at� o local. "N�o havia condi��es, est�vamos arriscando nossas vidas", lamenta Isaac. Quando sa�ram da casa de Valdeni a �gua tinha subido mais 40 cent�metros. "Subia uns 10 cent�metros por hora. Deixamos a caminhonete perto do engenho e a hora que voltamos j� tinha encoberto os pneus", finaliza.