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Reajuste do IPTU reprovado pela Cmara
O projeto de lei n 082/2009, do to comentado reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), foi reprovado. Depois de ir votao e de ser retirado da pauta - em vista da possvel realizao de uma audincia pblica sugerida pela UVERGS -, foi novamente apreciado na manh de quinta, 31, em sesso extraordinria. Com quatro votos contrrios (Cristina Rohde, Flamarion Galeto, Rosane Moura e Cludio Gehres) e quatro votos favorveis (Cristiano Becker, Cristiano Cunha, Alan Wagner e Paulo Hoffmann), coube ao presidente do Legislativo, Ovdio da Silveira, dar o voto de minerva. Ele foi contrrio ao reajuste e justificou sua posio dizendo que ao longo da sua legislatura - em 2009 - a Cmara ajudou o municpio, no que foi possvel, destinando a sobra de recursos de quase R$ 1 milho. "Todos os vereadores apertaram o cinto para economizar", destacou.
ENTENDA - A proposta do Executivo era fazer a chamada justia tributria. Antes de encaminhar a matria Cmara uma equipe tcnica da prefeitura reavaliou os imveis da cidade - em torno de seis mil. Os valores da planta eram os mesmos de 1992. A justificativa era de que nos ltimos anos algumas reas se valorizaram mais do que outras gerando disparidade no imposto pago sobre o valor do imvel. Alguns proprietrios, por exemplo, estariam pagando 10% sobre o valor enquanto que outros estariam pagando 100%. O correto, no entanto, de 50%.
O que diz o prefeito
O prefeito Lauro Mainardi foi procurado pela reportagem da Folha para avaliar a reprovao do projeto. Ele esclareceu que o que estava em votao era, em primeiro lugar, a reavaliao do valor venal dos imveis. "Vamos continuar fazendo injustia tributria porque os mais ricos vo continuar pagando pouco ou quase nada sobre o valor dos imveis e, por isso, aplaudiram a reprovao", desabafou. O chefe do Executivo disse, ainda, que estava tranquilo com relao aprovao do projeto por estar certo de que os vereadores da situao votariam favorveis. "Sabia que os da oposio seriam contrrios, mas tinha a palavra dos que so da situao", explicou. "Senti como um tiro nas costas o voto contra de um vereador da situao (o presidente Ovdio da Silveira), principalmente porque ele sabe das dificuldades que a prefeitura est enfrentando e, na hora da votao, fez de conta que no sabia", acrescentou.
Neste aspecto, Mainardi lembrou que em 2003 a situao - hoje oposio - aprovou o aumento das alquotas do valor venal sobre glebas de 0,20 para 0,50 e reduziu o clculo de 0,50 para 0,30. "A mesma oposio que agora aplaudiu a reprovao naquela poca estava na situao e aprovou o aumento das alquotas. S que por medo de perder votos ou eleitores na eleio seguinte no colocou estas mudanas em prtica", complementou.
Conforme o secretrio de Finanas, Ottmar Becker, isto teria sido percebido s em 2006 pela atual administrao quando foi feito o recadastro imobilirio. Segundo ele, comearam a ser observadas algumas situaes incorretas de clculo e se descobriu que a mudana, antes aprovada, no estava em prtica.
NOVO PROJETO - Sobre o possvel reenvio do projeto Cmara, o prefeito disse que no tem esta inteno. Justificou dizendo que "muito tempo foi perdido para realizar um trabalho minucioso e com tcnica para fazer a reavaliao dos imveis". Destacou, tambm, que a votao do projeto teve vcios ao lembrar que a reprovao ocorreu sem, sequer, debater ou avaliar a emenda apresentada pelo vereador Cristiano Becker (PMDB), que previa o pagamento das diferenas - para maior ou menor - em duas parcelas de igual proporo em 2010 e 2011.