É jornalista, sociólogo e político, atuando também como professor universitário e consultor em segurança pública e Direitos Humanos. Formado em Jornalismo pela UFSM, cursou mestrado e doutorado em Sociologia pela UFRGS. É professor de Direitos Humanos do Centro Universitário Metodista. Atualmente, é coordenador de Comunicação Social do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e membro do Conselho Nacional de Política Criminal. Colunista da Zero Hora, escreve sobre política e sociologia.
Todas as polícias do mundo possuem uma única porta de entrada. No Brasil, cada uma delas possui duas portas: uma para os que irão obedecer, outra para os que irão mandar.
Os investimentos realizados pelo Estado em pesquisa e que resultam em fantásticos lucros para as empresas privadas não ocorrem, como regra, em um marco legal que permita um retorno de uma pequena parcela desses lucros ao Estado.
O PT conseguiu a façanha de disputar as últimas eleições presidenciais sem apresentar um programa. Aqui no RS, como se sabe, Sartori fez o mesmo.
O Brasil é o ponto de encontro de todos os passados. Por aqui, sequer o passado passou. Ele se prolonga na fome, no analfabetismo e no desespero, mas, sobretudo, na covardia...
A situação de insegurança no Brasil já é extremamente grave, mas não há nada tão ruim que não possa ficar pior. Os deputados a serviço da indústria de armas são outro exemplo disso.
É possível que o ódio seja o mais potente sentimento de hostilidade que os humanos são capazes de produzir. Pensado por este caminho, não deve haver sentimento paralelo nas demais espécies animais conhecidas.
Para se superar o caos, deveríamos reservar as prisões para os crimes dolosos contra a vida, crimes com violência e crimes sexuais, tratando os demais, preferencialmente, com penas alternativas e socialmente úteis.
São os jovens que se evadem da escola pública aqueles que estão mais amplamente expostos aos riscos da socialização em comunidades menores e ultraviolentas.
Penso que o fato de estarmos sendo apresentados à política real e ao Brasil verdadeiro seja muito importante. A corrupção agora exposta existiu durante décadas e alimentou os mais diversos governos.
O governo Temer, entretanto, virou paisagem. Faz parte do cenário que se imagina inalterável e com o qual devemos conviver como se, de fato, tivéssemos um governo.
Poucas de nossas escolas estão minimamente capacitadas para agir preventivamente e, como regra, não há serviços efetivos à disposição de adolescentes com ideação suicida.
A tendência mais provável é a de que as eleições de 2018 promovam as chances de “outsiders”. Lideranças, em síntese, não identificadas com o sistema, que “correm por fora” da tradição.
É preciso reconhecer que a maior loucura está instalada na realidade, faz parte dos protocolos cotidianos das instituições e diz respeito à essência das narrativas que constituem os sujeitos e os partidos.
A esquerda brasileira tampouco é liberal. Para ela, liberalismo é um palavrão, resultado da redução do conceito a sua expressão econômica, desconsiderando a tradição dos direitos civis e a própria ideia de direitos humanos.
O debate público exige que os participantes tenham presente, de início, seus campos de ignorância. Somos todos ignorantes sobre muitas coisas e ter uma ideia - aproximada, pelo menos - daquilo que ignoramos é muito útil.
Quando lidamos com rótulos e com noções preconcebidas, deixamos de reconhecer fenômenos, fatos e características que contrariam nossos pressupostos. Lidamos, assim, com “vendas” e “viseiras".
Até que ponto não estamos todos superlotados de histórias únicas? Até que ponto a dignidade das pessoas não tem sido subtraída pela repetição insistente de estereótipos?