O dinheiro se entranhou no nosso modo de vida tão intensamente que acabamos por confundi-lo com riqueza. Pensamos que ele por si só compra as coisas, esquecendo que é uma representação, um símbolo da boa e velha troca de uma coisa
É inegável que o Senhor ainda desfruta de prestígio perante parcela considerável da população, mas a sua ação, além de fazer mal a todos, o faz em particular àqueles, pois os infantiliza.
A obrigação do recadastramento deve ter o objetivo de evitar fraudes. Mas desde quando algo foi capaz de evitar fraudes no Brasil?
Dilma Roussef declarou que perdoava os batedores de panelas que faziam algazarra cada vez que ela falava na televisão defendendo-se do impeachment. Fez bem. O que não se sabe é se os batedores de panela a perdoaram.
Então é assim: primeiro o governo toma muito, depois devolve um pouquinho e tem muito basbaque que se ilude crendo que ganha alguma coisa do governo.
Ao contrário dos americanos, que restringiram o poder central, nós sempre tivemos um executivo hipertrofiado com a incumbência (e o poder) de fazer muitas coisas.
O crime só pode ser praticado por pessoas, não pela sociedade. E se há culpa da sociedade pela corrupção e pelo crime, esta é a de não exercer coação moral suficiente para impedi-los.
Embora Spinoza tenha vivido na obscuridade e com saúde frágil escassos 44 anos, houve gente importante que reconheceu sua grandeza, como o físico, matemático e cientista holandês Huygens e o filósofo Leibniz.
É impossível entender que Joesley tenha enviado a gravação autoincriminadora para a procuradoria. Só se pode conjeturar: certeza de impunidade ou excesso de burrice.
Mesmo uma pessoa desapegada e bondosa opera por incentivos, seja o desejo de ir para o paraíso ou simplesmente ficar com a consciência em paz. Não é diferente com os políticos.
A coisa mais óbvia do mundo é que quem está sendo beneficiado por determinada situação de fato não fará nada para mudá-la.